A Polícia Civil da Paraíba deflagrou, na manhã desta quarta-feira (17), a Operação Colheita, que mira um grupo criminoso suspeito de movimentar cerca de R$ 65 milhões em apenas um ano. As investigações apontam que o dinheiro teria origem no tráfico de drogas e era distribuído por meio de “laranjas” para empresas na fronteira do Brasil e para criminosos ligados ao tráfico.
Rede criminosa estruturada
Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava com uma ampla rede de pessoas usadas para movimentar valores incompatíveis com suas rendas. Ao longo de um ano de apurações, os investigadores identificaram que parte das empresas envolvidas nas transações financeiras eram, na verdade, negócios fantasmas.
O delegado Vitor Melo, responsável pela operação, afirmou que equipes de outros estados que também cumpriram mandados já começaram a retornar informações confirmando a existência dessas empresas fictícias. As ações ocorreram simultaneamente na Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Prisão de “Júnior Pitoco” impulsionou investigações
As investigações tiveram início em 2024 e ganharam força após a prisão de um homem conhecido como “Júnior Pitoco”, detido em dezembro do ano passado em um apartamento de luxo em São Paulo. Ele é apontado como líder do tráfico de drogas em comunidades de João Pessoa e considerado peça-chave no esquema financeiro do grupo.
Mandados em cinco estados e 14 prisões
Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Paraíba, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A operação resultou na prisão de 12 pessoas por mandado judicial e outras duas em flagrante. Dois mandados de prisão seguem em aberto.
Durante as ações, a polícia apreendeu três armas de fogo, dinheiro em espécie e seis veículos. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores de 20 investigados. De acordo com o delegado Vitor Melo, ainda não é possível estimar o montante bloqueado, já que os bancos ainda devem informar os valores encontrados nas contas.
Cidades alvo da operação
Na Paraíba, os mandados foram cumpridos em João Pessoa e Campina Grande. Na Bahia, as ações ocorreram em Salvador e Camaçari. Também houve diligências em Campo Grande (MS), Criciúma (SC) e nas cidades paulistas de São Paulo, Guarulhos, Santo André, Araçatuba e Monções.
Ação integrada
A Operação Colheita é fruto de uma força-tarefa entre a Polícia Civil da Paraíba e o Ministério Público Estadual, com atuação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol) e apoio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
