Argentina envia militares à fronteira com Brasil após megaoperação contra facções no Rio de Janeiro

Em resposta à operação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro, governo argentino decreta alerta máximo e reforça segurança na divisa com Santa Catarina e Paraná.

O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira (30) o envio de entre 150 e 200 militares para a região de Bernardo de Yrigoyen, cidade localizada na fronteira com os municípios brasileiros de Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR). A medida foi tomada após a megaoperação realizada pelas forças de segurança brasileiras contra o Comando Vermelho, que resultou em mais de 120 mortes no Rio de Janeiro.

Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, os militares argentinos são especialistas em operações de montanha e já iniciaram o reconhecimento da área. A ação faz parte de um plano emergencial do governo do presidente Javier Milei, que decretou alerta máximo nas fronteiras para evitar uma possível fuga de criminosos para o território argentino.

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou que o país está redobrando a atenção sobre todos os brasileiros que entrarem em solo argentino. “Este alerta máximo significa olhar com qualidade e profundidade cada pessoa que cruza a fronteira”, declarou Bullrich, destacando que tanto o Comando Vermelho quanto o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram oficialmente classificados como organizações terroristas pelo governo argentino.

O ministro da Defesa, Luis Petri, confirmou que os militares destacados para a missão pertencem a quartéis da região e estão preparados para atuar em áreas de fronteira seca. A operação tem como objetivo impedir qualquer travessia irregular e reforçar o controle migratório diante da escalada de violência registrada no Brasil.

A decisão argentina ocorre em meio a uma crescente preocupação regional com o avanço de facções criminosas transnacionais. O Paraguai também anunciou reforço nas fronteiras com o Brasil, ampliando o cerco contra possíveis deslocamentos de membros de organizações criminosas após a operação no Rio.

A megaoperação brasileira, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, foi considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. Além dos 121 mortos, quatro policiais perderam a vida durante os confrontos