Mulheres e criança são arrastadas por 200 metros após cabeça d’água em rio do Oeste de SC

Na tarde de sábado (22), duas mulheres e uma criança foram arrastadas por cerca de 200 metros após a formação repentina de uma cabeça d’água no Rio Lageado, em São Lourenço do Oeste, no Oeste de Santa Catarina. O fenômeno ocorreu por volta das 16h40, enquanto um grupo de cinco pessoas tomava banho no local, e foi provocado por fortes chuvas na região.

Local e dinâmica do ocorrido em São Lourenço do Oeste

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, o grupo foi surpreendido pelo aumento súbito do volume e da força da água na comunidade de Linha Lajeado Raul, interior do município. As três vítimas — duas mulheres de 26 e 19 anos e uma criança de 9 — foram levadas pela correnteza por aproximadamente 200 metros e arrastadas por uma queda d’água de cerca de quatro metros. Outros dois integrantes conseguiram deixar o rio antes do pico da enxurrada.

Um morador da região ouviu os gritos de socorro e acionou o resgate, o que permitiu a chegada rápida das equipes ao ponto de difícil acesso onde as vítimas foram localizadas. A correnteza aumentada pelas chuvas configurou uma típica “cabeça d’água”, fenômeno de elevação brusca do nível do rio que pode ocorrer mesmo quando não está chovendo intensamente no ponto de banho, mas sim a montante.

Resgate e condição das vítimas

As vítimas foram resgatadas pelos bombeiros após serem arrastadas rio abaixo e levadas pela cachoeira. Os relatos indicam que o chamado ao resgate partiu de um morador que ouviu pedidos de ajuda, facilitando o deslocamento das equipes. A cobertura jornalística local registrou que a tromba d’água surpreendeu o grupo e que os “gritos de socorro” foram essenciais para mobilizar o atendimento.

O que é cabeça d’água e por que é tão perigosa

Cabeça d’água é a elevação rápida do nível e da velocidade da água em rios e córregos, geralmente causada por chuvas intensas na cabeceira. O risco principal está na ausência de sinais claros antecipados no ponto do banho: quando a onda de cheia chega, o tempo de reação é mínimo. Em locais com desníveis e quedas d’água, como no Rio Lageado, o arrasto pode atingir longas distâncias e incluir quedas, ampliando o perigo para banhistas.

Orientações de segurança para banhos de rio em época de chuva

  • Checagem de chuva na cabeceira: Mesmo com tempo firme no local, verifique condições de chuva a montante e alertas meteorológicos regionais. Cabeças d’água costumam ocorrer com atraso após pancadas nas partes altas da bacia.
  • Sinais de subida: Água escurecendo, aumento de ruído, detritos descendo e subida rápida da lâmina d’água são sinais para sair imediatamente da margem e buscar terreno alto.
  • Evitar áreas de corredeiras e quedas: Em períodos de instabilidade, não entre em poços abaixo de quedas d’água ou trechos estreitos onde a correnteza acelera.
  • Rotas de fuga e comunicação: Combine pontos de encontro seguros, mantenha telefone com sinal e informe alguém sobre o local e horário do banho. Chamar resgate cedo faz diferença, como ocorreu no caso do Rio Lageado.

Contexto regional e atenção redobrada

O Oeste catarinense tem histórico de eventos súbitos associados a chuvas intensas, com trombas d’água que podem se formar em pequenas bacias e afluentes, como o Rio Lageado. A imprensa local registrou que o grupo foi surpreendido durante um banho aparentemente seguro, o que reforça a necessidade de cautela em fins de tarde com instabilidade atmosférica.

Serviço

  • Município: São Lourenço do Oeste (SC), comunidade de Linha Lajeado Raul
  • Data e horário: Sábado (22), por volta de 16h40
  • Vítimas: Mulheres de 26 e 19 anos e uma criança de 9 anos
  • Dinâmica: Arraste por cerca de 200 metros e queda de aproximadamente 4 metros devido a cabeça d’água